"Quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo".

(Henry Ford)


____________________ TEA (Transtorno Espectro Autista)






sábado, 1 de fevereiro de 2014

Meu repúdio ao programa exibido pela TV Globo (2)


Fantástico - Autismo Universo Particular (Dr. Drauzio Varella) parte II





Segunda carta enviada por mim a redação da TV Globo...


Bom dia!
Embora não tenha recebido nenhuma resposta ao segundo e-mail que encaminhei a vocês no dia 08 de agosto, segue outro, para ser arquivado/deletado.
Desta vez, gostaria de fazer algumas perguntas, e óbvio, deixando as minhas considerações.

Quando o Dr Drauzio diz: "O autismo se instala nos três primeiros anos de vida, quando os neurônios que coordenam a comunicação e os relacionamentos sociais, deixam de formar as conexões necessárias. Embora o transtorno seja incurável, quando demora para ser reconhecido, esses neurônios não são estimulados na hora certa e a criança perde a chance de aprender."

Com um prognóstico desolador desses, (visto que no Brasil, dito pelo senhor mesmo, a criança só recebe orientação entre 5/7 anos), será que algum autista brasileiro, conseguirá resultados benéficos?

Alguém entende o peso e o descalabro do que foi dito?
Dr, pelo amor de Deus, meça suas palavras. Qual significado positivo em "condenar" alguém a ignorância? Motivador, não?
NÃO, NÃO É ASSIM! … A criança pode levar mais tempo, mas VAI APRENDER SIM!

E o senhor segue dizendo: "Vou mostrar algumas características para ajudar a você desconfiar que a criança pode ter autismo, eu digo, desconfiar porque o diagnóstico, quem vai fazer é o especialista.
Não responde quando chamada;
Na presença de outras criança, ela se isola;
Resiste ao contato físico;
São hiperativos;
Usa as pessoas como ferramenta;
Usa os objetos de uma forma muito particular;
Sensibilidade alterada, podem cair no choro por causa de um simples toque, mas as vezes podem cair feio e não demostram sentir dor. E mesmo em dias muito frio, não se preocupam em se agasalhar;
A criança com autismo foge ao contato visual."

E volta ao caso do Renato, para explicar que ele e dois de seus três filhos, tem autismo e ouve, do próprio Renato, que olhar nos olhos é desconfortável. (Será que leram meu e-mail anterior? Seja como for, agora sim!)

Sobre as características. Infelizmente, não é bem assim. Voltamos para a receita de bolo?
Se fosse tão simples, nossos médicos fariam o disgnóstico com pelo menos 2 anos de idade, não é verdade? As crianças, NÃO NECESSARIAMENTE apresentam esses padrões descritos.

Com relação aos testes clínicos feito com o Gabriel, 16 anos e com diagnóstico há 4 anos, preciso concordar com o Dr. Salomão quando diz: "Se você somar a dificuldade de visualizar o contexto mais as dificuldades que eles tem de linguagem, você começa a perceber que o mundo deles é muito diferente do nosso."

De fato, perceber, sentir e expressar sentimentos não é muito fácil para eles. Existe dificuldade em "ler" o estado mental do outro. Isso os tornam ingênuos. Quando amam, o fazem verdadeiramente, não há lugar para fingimento, dissimulação ou mentira. É o que a Dra. Ana Beatriz Barbosa chama de AMOR DO BEM.

Voltando ao Dr Drauzio que diz: "Apesar de não falar, Ana Beatriz é uma criança cheia de habilidades, esperta mesmo. Quando eu estive em sua casa, ela mostrou que é capaz de entender números e organizar os brinquedos."

De novo, Dr.??? Invariavelmente ouço o senhor dizer isto. Poderia então me explicar a relação linguagem verbal/inteligência?
Essa colocação induz ao ERRO. Ouvir a mãe do Kevin dizer: "A gente sabe que ele tem que comer, tem que falar, tentar falar pelo menos. Tentar ser uma criança feliz, coisa que ele nunca foi." Seria esse, um pensamento dela ou uma sugestão sua??

Mais uma vez, mantiveram o sensacionalismo.
Acredito que haja algum motivo para agirem dessa forma tão tendenciosa.
Seria porque há 10 anos atrás, havia 1 pessoa para cada 10 mil com transtorno espectro autista (TEA) e hoje sabemos que existe 1 para cada 88?
Seria o mesmo que dizer, não fechem os olhos, há algo lá fora que vocês precisam ver?
Se o objetivo é a informação, não estaria na hora (Acredito eu, que passado da hora) de informar o motivo desse "boom"?
A omissão da verdade, só contribui para o aumento brutal desta estatística.
Indico o novo artigo, "Estudo dos marcadores tóxicos nos transtornos do espectro autista", por Mr. David A. Geier e Dr. Mark R. Geier foi publicado no mais recente exemplar da "Revista de Toxicologia e Saúde Ambiental" , parte A (Vol 70, exemplar 20, pags.1723 – 1730)
E seus referidos contatos:
CoMeD President [Rev. Lisa K. Sykes ( Richmond , VA ) 804-364-8426]
CoMeD Sci. Advisor [Dr. King ( Lake Hiawatha , NJ ) 973-997-1321]

Dr Draúzio, outro ponto que me chamou bastante atenção e preciso salientar é que, embora alguns portadores do TEA não falem, elas OUVEM muito bem o que TODOS dizem, portanto, cuidado com o que diz na frente deles.

Mais uma vez me despeço, torcendo para que não precisemos nos encontrar, de novo, em lados tão opostos.

Agradeço pela atenção,
Vânia Pôrto



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