"Quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo".

(Henry Ford)


____________________ TEA (Transtorno Espectro Autista)






domingo, 30 de abril de 2017

Baleia azul, o que as famílias devem saber


Por Roberto Andersen,

Presidente do Instituto Univérsico de Pesquisa e Educação.
Educador e Psicanalista dedicado à pesquisa neuro-psico-cognitiva e voltado para o desenvolvimento de metodologias educacionais inclusivas. Orientador educacional dirigido a professores, alunos e famílias.




Transcrição do vídeo:

Amigos,

Os comentários, pelos noticiários, sobre esse jogo fatal, o Baleia Azul, mostram claramente o despreparo da sociedade para o enfrentamento desse sentimento de vazio que está ocorrendo com os adolescentes, ou seja, uma total falta de motivação para com a vida,

O jogo em si, e outros semelhantes, devem ser imediatamente combatidos, isso está claro!

Mas sabemos que, ao conseguirmos combater um, sempre haverá outra “criação sinistra”, igual ou ainda pior que essa.

Não entendemos, ainda, qual a verdadeira intenção dos criadores e administradores desses jogos, mas sabemos que eles visam se aproveitar da crescente demanda dos adolescentes por compensação emocional e psíquica, estimulando atitudes de automutilação e, nesse caso específico, incitação ao suicídio.

Se pensarmos em termos de “Teoria da Conspiração”, esses jogos parecem ser uma arma para a eliminação de todos os adolescentes em estado de fragilidade emocional, para que sobrem apenas os fortes, bem preparados, e emocionalmente estáveis.

De qualquer forma, o ataque imediato aos criminosos, criadores desses jogos, deve ser realizado sim, com muito rigor e utilizando toda a tecnologia dos atuais hackers.

Mas não pode ser só isso! Enquanto essa busca estiver sendo feito, por parte das autoridades policiais, precisamos atacar as causas dessa angústia.

Nosso foco tem que estar direcionado, imediatamente, para a identificação dos motivos que provocam a NECESSIDADE desses adolescentes de tomar atitudes desesperadas contra seu próprio corpo, como a de criar dores físicas para compensar dores emocionais e psíquicas, no caso da automutilação, e nesse caso específico, o suicídio como desafio final.

Então existem as dores psíquicas que, em alguns casos, parecem ser muito fortes.

Se o adolescente estiver frágil, emocionalmente, será mais difícil tolerar essas dores.

Vamos ser claros, então, no seguinte:

São diversas as causas individuais da fragilidade e das dores psíquicas.

Já atendi a uma infinidade de situações, todas importantes e sérias, mas cada uma com uma origem diferente.

Mas há uma chave importante em tudo isso! A causa intermediária!

Em todos os casos há essa causa intermediária.

Essa causa intermediária é o gargalo pelo qual todas as causas individuais, obrigatoriamente, passarão.

Se essa causa intermediária for anulada, as causas individuais começam a perder força e estaremos no caminho certo da resolução do problema.

Vamos ver, então, primeiro, ela, para em outro momento, focarmos algumas das causas individuais mais frequentes.

A intermediária está totalmente ligada ao afastamento afetivo dos pais, em relação aos filhos, e a consequente falha na imposição de limites com amor.

Devido à necessidade de pai e mãe trabalharem, grande parte passou a ter muita dificuldade em saber garantir a educação correta dos filhos.

Muitos acreditam que devem compensar a ausência física com muito amor, mas se esquecem que a base de toda a segurança emocional do filho está na imposição de limites com afeto!

Uma educação afetiva, mas com regras e limites bem definidos, constrói uma segurança afetiva e emocional fazendo com que o filho consiga definir bem o seu papel na vida e consiga criar perspectivas de futuro.

Uma educação sem limites provoca, no filho, uma sensação de abandono, trazendo insegurança até na construção da sua identidade.

Uma educação sem amor provoca no filho um sentimento de revolta que também prejudica a sua relação com os amigos e com a sociedade.

Falta, então, essa dosagem. Educar com imposição de limites e com amor. Não pode faltar nem um nem outro.

Falta perceber o necessário momento em que o filho precisa ser ouvido pelos pais, para relatar seus sentimentos, suas dúvidas, suas dificuldades de entendimento sobre si mesmo, etc.

Falta perceber que a formação do filho não sofrerá influências externas se, em casa, ele estiver construindo uma personalidade forte.

Alguns filhos até conseguem tolerar uma educação fraca com certa tranquilidade, mas a maioria sente muita dificuldade e vai procurar ajuda fora de casa ou, onde está sendo muito mais perigoso: nas redes sociais.

Nessas redes eles encontram pessoas com angústias semelhantes às suas e, sem qualquer orientação positiva, começam a trocar experiências e sensações negativas, aumentando ainda mais suas dúvidas e intensificando ainda mais seus sentimentos depressivos.

Está aberto o caminho para que esses jovens sejam envolvidos por todo e qualquer modismo que posa ser entendido como uma compensação ou fuga!

O que as famílias não devem fazer?

Comentar sobre o jogo, sobre a automutilação, sobre drogas, ou sobre sexo, sem ter sido provocado para isso pelo próprio filho.

Comentar sobre isso só aguça a curiosidade e atrapalha mais ainda os que já estiverem fragilizados.

O que as famílias devem fazer, imediatamente?

1º) lembrar que seus filhos existem!

2º) planejar momentos sem celular, sem TV, sem computador, para conversar sobre assuntos que seus filhos quiserem conversar

3º) todas as vezes que eles quiserem falar algo, ouvi-los com atenção, até o fim das suas frases. Isso se chama “escuta ativa”!

4º) não criticar sentimentos, relato sobre emoções, relato sobre preferências, mesmo que sejam diferentes das suas.

Se você criticar eles não terão com quem falar as suas verdades. Só falarão as verdades que vocês acham certas. E deixarão as verdadeiras verdades para conversar com amigos pelas redes sociais.

5º) esteja preparado para orientar, caso sinta que eles precisam da orientação.

6º) se não souber como orientar, peça ajuda. O importante é dar apoio ou pedir apoio de quem pode dar, para evitar que eles queiram buscar fora de casa ou nas redes sociais.

7º) crie momentos de prazer em família, ao ar livre, sem celular, sem computador, sem TV, como passeios, caminhadas, trilhas, etc.

8º) crie atividades conjuntas, como criarem um novo ambiente em casa, planejarem um almoço diferente, com cada um fazendo uma comida de sua maneira, ou seja, diversão em família.

9º) imponha limites: crie o hábito de limitar o tempo de uso do celular, jogos eletrônicos, computador e TV, para um máximo de uma hora e meia, no máximo, em cada período.

10º) ainda impondo limites: crie o hábito de desligarem os celulares, tablets, computadores, bem antes de dormir e deixá-los longe do quarto.

Seguindo essas 10 dicas você estará regatando, não só a felicidade de seus filhos, como também a sua.

Isso poderá ser uma verdadeira “tábua de salvação” para as famílias, nesse momento tão conturbado que estamos passando.

Façam isso, amigos!

É o caminho! Eu tenho certeza disso!

Recebam todos um forte abraço, e:


Sejam muito felizes juntamente com seus filhos!


Link do blog do Dr. Roberto Andersen: robertoandersen.blogspot.com.br

sábado, 29 de abril de 2017

Vila Sésamo apresenta Julia, nova personagem com autismo

"Queremos promover uma melhor compreensão e reduzir o estigma que envolve estas crianças", afirmou Jeanette Betancourt, vice-presidente da Sesame.


Com o objetivo de voltar a atenção da população para o tema e desconstruir estereótipos, a série infantil Vila Sésamo anunciou uma grande novidade: a inserção de uma personagem com autismo. A partir do dia 10 de abril, os pequenos que moram nos Estados Unidos vão conhecer Julia: uma muppet de 4 anos ruiva, de olhos verdes, que gosta de cantar e pintar e tem o costume de repetir as frases ditas pelos amigos. No começo, alguns deles ficam chateados por ela nem sempre interagir da maneira como eles estão acostumados, mas com o tempo, os colegas percebem que a garotinha tem um jeito diferente de se expressar.
A criação da personagem demorou um tempo para ser desenvolvida e, nesse período, pais de pequenos autistas foram ouvidos, assim como médicos e associações que lutam pela causa. “Queremos promover uma melhor compreensão e reduzir o estigma que envolve estas crianças. Nós fizemos um molde de um jeito que tanto crianças quanto adultos possam ver o autismo a partir da perspectiva de uma base de força – encontrar coisas em comum entre todas as crianças”, declarou Jeanette Betancourt, que é vice-presidente da companhia Sesame Workshop.


A escolha de uma personagem feminina na série também é um ponto que merece destaque, já que os meninos são mais propensos a desenvolver o autismo. Em 2016, uma pesquisa britânica estudou essa relação e sugeriu que os sinais do transtorno são diferentes nas garotas, que podem apresentar mais facilidade nas relações sociais do que os garotos. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), uma em cada 68 crianças recebem o diagnóstico do distúrbio nos Estados Unidos.
Vale lembrar que o autismo é um transtorno que costuma apresentar os primeiros sinais até os três anos de idade e pode afetar o desenvolvimento da criança em alguns aspectos – como a presença de comportamentos repetitivos e a dificuldade de interagir socialmente e de se comunicar. E o que a personagem Julia, de Vila Sésamo, busca é quebrar a barreira do preconceito e trazer mais inclusão no mundo infantil, para que os baixinhos aprendam desce cedo a respeitar as diferenças.



sexta-feira, 21 de abril de 2017

Autismo: novo estudo levanta debate sobre o transtorno em meninas

Em uma pesquisa, cientistas britânicos analisaram as relações de amizade de jovens autistas e sugerem que, quando se trata do sexo feminino, os sinais do distúrbio são diferentes.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, o autismo afeta 1 a cada 42 meninos e 1 a cada 189 meninas – ou seja, o transtorno é bem mais comum no sexo masculino. Por isso, a maior parte dos estudos sobre o problema é feito com os garotos. Mas uma nova pesquisa da Universidade College London, na Inglaterra, mostra que as garotas autistas também merecem atenção – e pode ser que elas não estejam recebendo o devido cuidado, pois apresentam sintomas diferentes e, muitas vezes, não tão evidentes.
No estudo, apresentado no dia 6 de janeiro em uma conferência anual da Sociedade Psicológica Britânica, os cientistas compararam as relações de amizade de jovens autistas e de outros que não são portadores do distúrbio. No total, foram recrutados 46 adolescentes de 12 a 16 anos de idade, todos com um nível intelectual semelhante. Os participantes foram entrevistados e avaliados por diversos métodos psicológicos.  
Os resultados demonstraram que as meninas autistas tinham a mesma motivação social e espírito de amizade do que aquelas que não nasceram com o transtorno. A diferença é que as voluntárias com autismo entravam menos em conflito com suas amigas em comparação às que não nasceram com o problema. Na turma dos meninos autistas, a vontade de fazer amigos foi menor e os vínculos que eles estabeleceram se mostraram menos seguros, próximos ou prestativos em relação aos garotos que não contavam com a condição.
“Nossos achados mostram que os problemas ligados a relações sociais são mais sutis nas meninas do que nos meninos autistas, o que pode contribuir para as dificuldades no diagnóstico do autismo em garotas”, comenta Felicity Sedgewick, líder da investigação. “Lidar com conflitos com amigos ou pessoas próximas pode ser um alvo importante no apoio a meninas e jovens mulheres com o transtorno”, sugere a pesquisadora. Vale lembrar que, embora esse estudo tenha sido feito com adolescentes, os pequenos autistas devem ser observados desde a infância – não importa o sexo.