"Quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo".

(Henry Ford)


____________________ TEA (Transtorno Espectro Autista)






sábado, 25 de janeiro de 2014

Meu repúdio ao programa exibido pela TV Globo


Fantástico - Autismo Universo Particular (Dr. Drauzio Varella) parte I



Primeira carta enviada por mim a redação da TV Globo...



Entrei em contato com vocês no dia 02/08 em virtude da chamada da série Autismo (Universo Particular) que o Fantástico exibiria em 04/08. 
Motivo:
Ouvir o apresentador do programa dizer: "Saiba por que alguns desenvolvem uma grande genialidade e outros não falam." 
Bem, naquele momento a minha indignação se tratava somente pela inabilidade da colocação. Presumo que para vocês, um deficiente auditivo, por exemplo, seja uma pessoa incapaz.

Lamentavelmente, era só a ponta do iceberg.

O que vi no dia 04/08, segue...

O que o apresentador, Tadeu Schmidt divulgou na chamada do Fantástico, foi apenas a repetição da fala do próprio Dr Draúzio que desconhece a patologia, isso, dito por ele mesmo.

O que vi também, nesse primeiro episódio da série, foi o EXTREMO.
Em síntese, a família do Kevin que acabou de receber o tardio diagnóstico (Algo bem rotineiro no Brasil, poucos médicos colocam seu "diploma em risco") e o Jacob que provavelmente ficará com o Nobel algum dia.
Percebi também o famoso, SENSACIONALISMO, quando o doutor em questão, senta e força o menino a olhar pra ele e por consequência se sentir invadido ao ponto de chorar. Dizer que o pai daquele menino é autista funcional, não, isso ele NÃO fez!

Até a estatística de 1 pessoa para cada 100, que ele informou, está ERRADA.

Ah sim, claro! "Saiba por que alguns desenvolvem uma grande genialidade e outros não falam."
E aí doutor ? Qual o MOTIVO? (Sem resposta) Tsc, tsc, tsc...

Sabe o que espero (Sentada)?

Que vocês sejam capazes de informar aos brasileiros o que é o autismo produzido por mercúrio, a importância do aspartato de magnésio e a B6. Quem sabe, possam também falar sobre o glúten?
Porque se for apenas para contar histórias, fico com a da Carly Fleischmann, sem nenhuma notoriedade no mundo da física ou algo que o valia, porém, bem atual, e que escreveu um livro recentemente (Carly's Voice), isso sim vai ajudar não só aos pais de autistas mas também a construção da verdadeira realidade.
Meus caros, da forma como vocês apresentam, isso tudo é tão somente um DESSERVIÇO. Se o intuito é confundir, parabéns!

Quando percebi algo na minha filha, ela tinha apenas 1 ano. A minha pequena foi a criança mais cedo observada no Brasil. Já estudei e estudo muito, e fico indignada com certas colocações de onde menos se espera.
Por que não fazer um programa com quem entende? Agora, um infectologista que pega malária e faz de um tudo?!?

Demorei para escrever dessa vez porque aguardava pelas perguntas (Que eu sabia que viriam!) absurdas, oriundas dessa matéria que vocês colocaram no ar.
"Quantos banhos sua filha toma na madrugada?",
"Sua filha se autoflagela?" entre outras...

Não se deve expor uma patologia sem continuidade, sim, porque ao que parece, domingo próximo, vão falar sobre como diagnosticar. Fico imaginando o que VIRÁ!!
O autismo não pode ser considerado como algo "acabado".
Os psiquiatras, os neurologistas e os pesquisadores estudam tanto e por tantos anos, pra que??? Para que em 15 minutos vocês deem a receita do bolo??? Magnânimo!

Fico por aqui, sabendo inclusive, que o que deixo para vocês não terá a menor importância e nem será considerado, mas não consigo me calar. É muito árduo o trabalho de inclusão de uma criança portadora de qualquer patologia no nosso país para que de repente, um veículo de comunicação como a Rede Globo, resolva nos atropelar.

Obrigada,
Vânia Pôrto

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