"Quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo".

(Henry Ford)


____________________ TEA (Transtorno Espectro Autista)






sábado, 31 de outubro de 2015

Alysson Muotri conversa com Nicolas Brito Sales, um adolescente autista que passou a ser verbal e hoje dá palestras pelo Brasil.


por Alysson Muotri

Conversa com o Nicolas

De 1 a 5% dos autistas conseguem uma trajetória clinica positiva, ou seja, são casos severos mas que com o tempo melhoram, alguns até saem do espectro. Sabemos que esse fenômeno acontece já faz tempo através de relatos clínicos e estudos científicos. A própria internet está cheia de exemplos de autistas não verbais que passaram a falar, casos severos que tornam-se indivíduos produtivos e independentes. O que não sabemos é  por que isso acontece com alguns, mas não com todos.
Desde que me envolvi com o universo autista, procuro conhecer cada um deles que cruzam o meu caminho, sempre à procura de pistas que possam auxiliar a ciência a encontrar uma maneira de ajudar os menos favorecidos. Uma forma muito legal de fazer isso é dialogando com autistas que passaram a se comunicar, como a canadense Carly Fleischmann, que aprendeu a digitar, ou o japonês Naoki Higashida, autor do livro “The Reason I Jump”.

Estive no Brasil recentemente para o pré-lançamento da Tismoo e tive o privilegio de conhecer o Nicolas Brito Sales, um adolescente autista que passou a ser verbal e hoje dá palestras pelo Brasil. O resultado desse encontro você acompanha no vídeo abaixo:

Para assistir o vídeo clique AQUI

FONTE: G1


sábado, 24 de outubro de 2015

Sinais de Alerta por Dr. Carlos Gadia


Dr. Gadia possui mais de 20 anos de experiência com autismo, tendo se tornado, ao longo de sua trajetória profissional, referência internacional no assunto. Atualmente, é diretor associado do Miami Children’s Hospital (Flórida - EUA).




sábado, 17 de outubro de 2015

Juiz reduz jornada de trabalho para mãe de criança com autismo

15 de Outubro de 2015




Funcionária da Eletrobras entrou com ação alegando que o filho precisa de acompanhamento especial.



O juiz do Trabalho da Vara de Bom Jesus, Carlos Wagner Araújo Nery da Cruz, (foto) concedeu liminar determinando a redução da jornada de trabalho de uma funcionária da Cepisa (Eletrobrás Piauí) lotada em Bom Jesus, para acompanhamento do filho que tem autismo.
A funcionária ingressou com ação na Vara do Trabalho alegando que o filho necessita de acompanhamento especial, uma vez que depende de suporte multiprofissional (psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogia), estímulo de linguagem, dentre outras terapias, e que, por isso, necessitava de um acompanhamento mais próximo.
Já a Cepisa alegou, nos autos, que a padrão da jornada de trabalho é 220 horas mensais, que não há previsão legal para redução da jornada,  e que, mesmo que houvesse, seria necessário a compensação de horário.
Ao analisar o caso, o juiz do Trabalho Carlos Wagner, explicou que, mesmo não havendo previsão legal expressa na ordem infraconstitucional para a concessão do pedido inicial, "a questão assenta-se numa perspectiva do direito internacional, da interpretação conforme a Constituição, bem como da efetividade de direitos humanos resguardados às pessoas com deficiência".
Nesse aspecto, ressaltou que a síndrome de autismo está contemplada na Convenção Internacional sobre Direitos da Pessoa com Deficiência, promulgada pela República Federativa do Brasil através do Decreto 6.949 de agosto de 2009.
O Juiz citou o item "X" da Convenção que reconhece a família como núcleo natural e fundamental da sociedade e que as pessoas com deficiência e seus familiares devem receber atenção e apoio necessários para contribuir com o exercício pleno e equitativo dos direitos da pessoa com deficiência. 
"Portanto, mais que o interesse da Administração Pública em não reduzir a jornada de trabalho do empregado público, por conta do princípio da legalidade no viés restrito, mais do que o interesse da empregada pública em acompanhar o tratamento de seu filho, encontra-se o interesse da criança com transtorno do aspectro autista, que deve gozar de mais dedicação e atenção de sua genitora no acompanhamento de seu tratamento e de suas terapias", destacou o magistrado, concedendo a liminar que determina a redução da jornada para 30 horas semanais, não excedendo 6 horas diárias, sem necessidade de compensação e com a manutenção da remuneração e demais vantagens.

sábado, 10 de outubro de 2015

Especialistas sugerem presentes paras crianças diagnosticadas com autismo



Para crianças de 0 a 2 anos, por exemplo, a sugestão é por brinquedos de ação e reação. Precisam ter cor e som para quem tem dificuldade de perceber e interpretar..
 
Há quem acredite que eles não interajam com os objetos, mas pelo contrário, um brinquedo adequado é fundamental para o desenvolvimento psicológico e social de uma criança diagnosticada com autismo. Com a proximidade do Dias das Crianças, especialistas dão dicas de presentes para esses pequenos especiais.
    
Somente no Brasil estima-se que existam mais de 2 milhões de casos de TEA - Transtorno do Espectro Autista. O transtorno é identificado geralmente nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social.
 
Principalmente durante o tratamento para melhorar o processamento sensorial, os brinquedos infantis são grandes aliados, contudo, é importante serem adequados para cada perfil. Para a psicóloga, Maíra Ainhoren Meimes, da Clínica Interligar, a aceitação pode ser relativa.
    
"É importante conhecer um pouco a criança para saber um pouco quais as características cognitivas, somente a idade não é o suficiente para escolher. Conheço crianças com autismo que não suportam, por exemplo, ver balão, mas as bolinhas de sabão, normalmente, são bem aceitas", explica.
     
Ela conta também que crianças com autismo podem mostrar comportamentos imprevisíveis relacionados ao seu grau de hipo ou hipersensibilidade a certos estímulos. Em razão disso, é preciso cuidar para não assustá-los. Segundo Maíra, é importante cuidar na hora de apresentar um determinado objeto que possa ter um estímulo sensorial muito evidente, sob pena de gerar uma desorganização comportamental, provocando emoções ruins e gerar alguma forma de comportamento do corpo, que não é esperado socialmente. Na hora de apresentar um brinquedo é importante que haja previsibilidade, ou seja, que de alguma forma seja explicado anteriormente para a criança o que aquele brinquedo faz e manuseá-lo junto com ela.
   
 "Acho que temos que cuidar os brinquedos que tenham muitos estímulos sensoriais, sonoros e visuais, porque não sabemos qual será a hipersensibilidade da criança. Temos um brinquedo aqui na clínica que serve para avaliação, uma bolinha que a criança aperta e ela vibra, faz um som e emite uma luz, é o tipo que não é legal, porque pode assustar e desorganizar. Essa desorganização é um problema, podem começar a chorar, se bater ou bater em outra pessoa", explica a psicóloga.
    
 Segundo o terapeuta Ocupacional, Filipe Geyer, que também atua na Clínica Interligar, para a escolha do brinquedo, o mais importante é compreender como é o funcionamento da criança com autismo fica melhor.
    
"Para crianças de 0 a 2 anos, por exemplo, sugiro brinquedos de ação e reação. Precisam ter cor e som para quem tem dificuldade de perceber e interpretar. Para os que estão se aproximando dos 3 anos, uma sugestão, se a criança não apresenta sensibilidade tátil, a massinha de modelar é uma opção fantástica, ainda mais se forem coloridas e tiverem moldes para estimular o cérebro."
    
 Para os maiores, que já passaram dos 4 anos, o profissional diz que é uma nova etapa no desenvolvimento. "Entram na fase do simbolismo, já precisam saber o que fazer. Coisas que exijam mais deles. Os famosos Pula Pirata e O Sr. Batata são ótimas opções", esclarece Filipe Geyer.
 
FONTE: Segs

sábado, 3 de outubro de 2015

Lei federal estabelece proteção de direitos da pessoa com o transtorno, entre eles, o da Educação



Coordenadora pedagógica da escola de Educação Infantil CEAV Jr. escreve artigo sobre o tema abordando a importância da inclusão por meio do ensino
 
A Lei nº 12.764 instituiu a "Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista". A medida faz com que os autistas passem a ser considerados oficialmente pessoas com deficiência, tendo direito a todas as políticas de inclusão do país - entre elas, as de Educação. A lei é considerada por especialistas como um reforço na luta pela inclusão. Segundo o texto, o autista tem direito, por exemplo, de estudar em escolas regulares, tanto na educação básica quanto no ensino profissionalizante. 
 
Coordenadora pedagógica da escola de Educação Infantil CEAV Jr., onde estudam alunos com autismo, Stefani Karoline escreveu artigo sobre o tema. O objetivo, segundo ela, é esclarecer dúvidas que ainda cercam o assunto e abordar a importância da inclusão dessas pessoas no ensino por meio da escola. 
 
“Entre os aspectos que podem afetar uma pessoa com autismo estão não fazer amigos, não participar de jogos interativos, ser retraído, não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato visual, preferir por ficar sozinho. O autista ainda pode ter acessos de raiva intensos, baixa capacidade de atenção, e poucos interesses”, enumera a coordenadora pedagógica.
 
Para os professores que trabalham com alunos autistas, Stefani Karoline diz que algumas ações contribuem para lidar melhor com essas crianças e para que elas alcancem os melhores resultados no aprendizado:
 
“O professor deve pedir à família do autista um relatório dos interesses, preferências e coisas que causam desagrado a cada criança, e utilizar as preferências e materiais de agrado para a criança na aula ou no pátio para estabelecer um vínculo com a escola e as pessoas do ambiente escolar. Utilizar muitas imagens e musicalidade, pois isso facilita o aprendizado. Trabalhar por períodos curtos, de cinco a dez minutos, em atividades de complexidade crescente, incorporando gradativamente mais materiais, pessoas ou objetivos”, explica.
 
Stefani garante que é possível que o aluno autista seja incluído em turmas com crianças ‘não especiais’, e que cabe ao professor conduzir as atividades desenvolvidas dentro e fora da sala de aula de forma que haja a participação desses estudantes às tarefas escolares.
 
“O profissional deve utilizar gestos simples e imagens para apoiar o que é falado e permitir a compreensão, pois os autistas são mais visuais que verbais. Estabelecer rotinas que a criança possa predizer ou antecipar por meio da repetição e com o apoio de imagens que mostram o que vai ser feito no dia. Estimular a participação em tarefas de arrumar a sala, ajudar a entregar materiais às outras crianças, perguntar como foi a tarde ou o dia anterior”, diz Stefani, que chamou a atenção para importante ponto característico da criança autista: “Em caso de ansiedade, procurar utilizar elementos de interesse e preferência da criança, com menor exigência para não ter birras ou maior ansiedade. Se houver birra é importante ter algum conhecimento de técnicas de modificação de conduta, mas a primeira dica é não se apavorar, tentar oferecer outros objetos e, no caso de não conseguir acalmar a criança, explicar à turma o que está acontecendo e desenvolver atividade com o grupo em outro lugar e dar a possibilidade do aluno autista de se acalmar”, conclui.
 

FONTE: Segs.com.br

sábado, 19 de setembro de 2015

Petição Pública -Garoto, Nestlé, Lacta: Produzam chocolates sem glúten


Por que isto é importante?

Porque pessoas celíacas e intolerantes ao glúten não podem consumir esses produtos. Estima-se que a doença celíaca afete ao menos 1% da população de diversos países. De acordo com Vera Paim e Cynthia Schuck, em reportagem da Revista Vida sem Glúten e sem Alergias, em São Paulo, por exemplo, estima-se que no mínimo uma a cada 214 pessoas sejam celíacas. Se considerarmos todos os estados, há cerca de milhão de pessoas que necessitam eliminar o glúten da dieta, totalmente e permanentemente.
Aos poucos, algumas empresas estão tomando a iniciativa de criar produtos livres de glúten, é o caso da empresa Brasil Cacau, que possui algumas opções de chocolates sem glúten. Merecem nossos aplausos também a Chocolates Divine, a Harald e a Montevérgine. Portanto, é possível para as Grandes Nestlé, Lacta e Garoto produzirem uma linha de chocolates para celíacos e intolerantes, livres de glúten e de contaminação cruzada... Nossa comunidade agradece...
PETIÇÃO: Avaaz

Meu pitaco, 
Não costumo acrescentar nada às reportagens que trago para cá, mas desta vez me senti na obrigação. 
Já vimos por diversas vezes que a dieta sem glúten é muito importante para os portadores de TEA, portanto trago a petição para assinarmos e nos ajudarmos mutuamente!

domingo, 13 de setembro de 2015

Atendendo e Entendendo Crianças com Autismo na Terapia Comportamental


O que a terapia comportamental pode fazer pela criança com autismo?


ESTRUTURA DO CURSO
• Entendendo o autismo: conceitualização, diagnóstico e Avaliações; 
• Autismo na Educação Infantil;
• Introdução a Análise do Comportamento;
• Comportamento verbal e Sistema de Comunicação Alternativa;
• Terapia ABA;
• Função do AT (atendente terapêutico) e do Supervisor;
• Orientações aos profissionais da área da Educação e da Saúde para manejo comportamental baseado na Análise do Comportamento; 
• Atividades práticas.

Professora: Joyce Manrique 
- Mestranda em Psicologia da Educação pela PUC-SP. 
- Especialista em neurociência Aplicada à Educação e em Terapia Comportamental . Pela 

USP. 
- Atua com atendimento terapêutico de crianças e jovens com autismo.

Início do Curso: 19/10/2015 
Local: Polo Educacional Tatuapé "Instituto SELI" Rua Henrique Sertório, 204, Tatuapé, São Paulo (200 metros do Metrô Tatuapé)
Duração: 1 sábado por mês (4 sábados até dezembro)
Horário: 9:00 hrs Ás 17:00. 
Certificado de Extensão Universitária.
Valor 
do Investimento e matrícula, consulte-nos!


Informações:
Instituto SELI
fone: 11 20976866
Fabio Rogério
fone: 11-971605010 

faq.unied@gmail.com

sábado, 5 de setembro de 2015

Mãe de criança autista consegue na Justiça direito a atendimento multidisciplinar


Em paralelo à educação pedagógica, criança tem acompanhamento de fonoaudiólogo, psicólogo e terapeuta ocupacional


A mãe de um estudante de 5 anos, portador de autismo, conseguiu na Justiça o direito a atendimento multidisciplinar na rede pública de Santos. Para seu pleno desenvolvimento, a criança terá acompanhamento simultâneo de fonoaudiólogo, psicólogo e terapeuta ocupacional, em paralelo às atividades pedagógicas. 
A mãe de Wagner Arthur, a auxiliar Flávia de Oliveira Alves, de 26 anos, conta que desde que foi diagnosticado com a doença, a criança vinha sendo acompanhada na Escola de Educação Especial 30 de Julho. “Nesta unidade ele recebia o atendimento com os três profissionais, mas quando completou 5 anos, precisou deixar a escola e fui encaminhada para continuar o atendimento no Centro de Valorização da Criança” 
Flávia e o filho Wagner Arthur, de 5 anos
No equipamento mantido pela Prefeitura de Santos, a mãe conta que eram realizados apenas os atendimentos com fonoaudiólogo e psicólogo. “Informei à Prefeitura que era essencial continuar o atendimento com um terapeuta também, mas me disseram apenas que não dispunham deste especialista na rede pública”. 
Preocupada com a manutenção do atendimento multidisciplinar, que já apresentava nítidos resultados do desenvolvimento do garoto, Flávia decidiu buscar a ajuda da Defensoria Pública do Estado. 
“Apesar de sempre desconfiar do comportamento do meu filho, tive um laudo tardio da doença. Os médicos falavam para eu não comparar o comportamento dele com os das outras crianças, mas uma mãe sempre sabe quando há algo com seu filho. Hoje, vejo como ele teve progresso desde que iniciou o tratamento na 30 de Julho. Ele é outra criança”, comenta. 

Atendimento especializado 
Para o defensor público Thiago Santos de Souza, responsável pelo caso, o poder público não pode negar um direito essencial ao estudante. “O poder público deve efetivar o direito ao atendimento multidisciplinar, como meio de garantir os demais direitos como a educação inclusiva, profissionalização, convivência comunitária e saúde”, explica. 
Na decisão, a juíza Carla Milhomens De Boni, da Vara da Infância, Juventude e do Idoso de Santos, considerou que a situação de crianças com deficiência e consequente dificuldades na aprendizagem não pode lhe causar distanciamento do ensino formal. 
"A educação qualifica-se como direito fundamental, o que se deve entender como aquilo que a criança necessite para seu eficaz exercício". Dessa forma, determinou que a Prefeitura de Santos designe fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e um professor auxiliar para o estudante. 

“Meu sonho de vida é que a efetiva inclusão de crianças e adolescente na comunidade se torne, realmente, política pública emancipatória dessa população que, historicamente, vive à margem dos direitos da cidadania. Sempre torço para  que reportagens como essa sensibilizem os gestores para que garantam verba no orçamento, para atender a todos que estejam na mesma situação”, afirma o defensor público.  
Desde a conquista na Justiça, o garoto voltou a receber atendimento na  Escola de Educação Especial 30 de Julho. De acordo com a mãe, as atividades foram retomadas há cerca de um mês. 

"Melhor atendimento"

Em nota, a Secretaria de Saúde (SMS) informa que mantém atendimento a crianças portadoras de transtorno de espectro autista por meio de serviço próprio, na Seção Centro de Valorização da Criança, e por meio de convênio com a Associação de Pais, Amigos e Educadores doa Autistas (APAEA). A respeito do caso mencionado, a SMS informa ainda que ainda não foi notificada, "mas assegura desde já que buscará a melhor forma de atendimento à criança".
Já a Secretaria de Educação informa que o menino é atendido em escola conveniada à Seduc e que, até o momento, não recebeu pedido de suporte. 

FONTE: A Tribuna

sábado, 22 de agosto de 2015

Portador de autismo consegue direito à internação em instituição particular

20/08/2015 -

Diante da inexistência de atendimento em entidade pública, um portador de autismo obteve na Justiça Federal o direito de internação em uma instituição particular, pelo tempo que for necessário, até que seja criada uma unidade apta para sua internação no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS, por ente próprio ou conveniado.

A decisão (sentença), do juiz Carlos Alberto Antônio Júnior, da 1ª Vara Federal de São José dos Campos/SP, determina ainda que a União Federal, o Estado de São Paulo e o Município custeiem os gastos com a internação na instituição escolhida por sua mãe, cuidadora e representante do paciente.
Segundo a sentença, a doença que acomete o autor da ação é tratada no âmbito das políticas públicas de saúde sob o signo dos Transtornos do Espectro do Autista (TEA). O portador de TEA, de acordo com o disposto no artigo 1º, § 2º da Lei n.º 12.764/2012, é considerado deficiente para todos os fins e, por isso, recebe proteção pelo Decreto n.º 6.949/2009.

“É assente o direito subjetivo do autor ao recebimento das prestações de saúde, como não poderia deixar de sê-lo, sob pena de violação constitucional. Mas é na Lei n.º 12.764/2012 que se encontram as normas que garantem ao autor todas as formas de tratamento de saúde”, afirma o juiz na decisão.
Na ação foi alegado que o paciente possui alto grau de agressividade e que a mãe cuidadora não possui condições, inclusive financeiras, de tratar do filho. “Salta aos olhos o direito do autor à internação, constatado em sua terapêutica. Por outro lado, a Rede de Atenção Psicossocial – RAPS do município local, ao contrário do que sustenta o Estado de São Paulo, não tem a estrutura necessária para o tratamento”, ressalta o magistrado.

Na opinião de Carlos Alberto, “compete ao SUS promover a internação do autor para cuidados prolongados, [...] não podendo a realização deste direito ficar sob discricionariedade administrativa, sob alegação de inexistência de local adequado para realizá-lo. Na falta de local público para a realização do tratamento adequado, compete ao Poder Público socorrer-se da rede privada”.
Para operacionalização contratual, a entidade onde deverá ser internado o autor deverá ser contratada e custeada pelo município de São José dos Campos, à custa de repasse orçamentário federal e estadual, não podendo a falta de repasse orçamentário prejudicar o autor, assegurando-se ao município o direito de regresso em ação própria contra os demais entes caso não haja solução consensual nos comitês intergestores.

“É notório que o autor e sua mãe estão sendo impedidos de uma participação social digna em razão da falta de atendimento a uma doença cuja lei atribui ao Estado, sob a égide da Constituição, a responsabilidade pela terapêutica. A demora na resolução da questão tolhe a cidadania dos envolvidos”, entende o juiz.
Uma vez que no futuro haja ente público ou conveniado pelo SUS para atendimento das necessidades do paciente, fica autorizada a transferência para referida instituição, desde que ouvida e autorizada por equipe médica multidisciplinar. Em caso de descumprimento da decisão, foi fixada multa diária de R$ 500,00 a ser revertida em favor do autor. (RAN)

Ação n.º 0006363-90.2009.403.6103


sábado, 15 de agosto de 2015

Cientista português descobre possível causa de doenças como o autismo


Cientista português descobre possível causa de doenças como o autismo
14/08/2015

António Pinto-Duarte é um dos cientistas responsável por um estudo que descobriu que a perda de um recetor pode causar doenças como a esquizofrenia e o autismo.


O cientista português António Pinto-Duarte é um dos autores de um estudo publicado esta semana que identifica um recetor que pode causar doenças como a esquizofrenia e o autismo.
O estudo é responsabilidade de um grupo misto de cientistas do Instituto Salk e do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Califórnia e foi publicado na Molecular Psychiatry, considerada a melhor revista especializada na área da psiquiatria.
A investigação mostra como a perda de um recetor, chamado "mGluR5", numa classe específica de neurónios inibidores, pode estar relacionado com desordens a nível do desenvolvimento neural.
"Descobrimos que a perda de um recetor de glutamato, um dos principais neurotransmissores no cérebro, numa classe específica de neurónios conduz a perturbações significativas do desenvolvimento do sistema nervosa", explicou o cientista português à Lusa.
Pinto-Duarte diz que "tais defeitos incluíam comportamentos repetitivos e problemas de socialização."

FONTE: DN

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Fundação abre inscrições para evento com médico referência em autismo


1º Encontro Internacional Panda, sobre intervenção precoce e desenvolvimento infantil, acontecerá em 13 e 14 de setembro, com a presença de Carlos Gadia


Assessoria 07 Agosto de 2015 - 08:54
Ribeirão Preto sediará, em 13 e 14 de setembro, um dos mais importantes eventos para pais, cuidadores e profissionais de saúde preocupados com o desenvolvimento em risco ou atípico de crianças. Organizado pela Fundação PANDA (Programa de Apoio ao Desenvolvimento e Aprendizagem), entidade recentemente inaugurada na cidade, o encontro contará com a presença do médico Carlos Gadia, uma das mais importantes referências em autismo no mundo e diretor do Miami Children's Hospital. As vagas são limitadas, e as inscrições já estão abertas pelo sitewww.fundacaopanda.com.br.
O evento internacional vai discutir a importância da intervenção precoce na redução do risco para a expansão de diversas síndromes, tais como o autismo e a dislexia. A agenda do dia 13 acontecerá no salão Golden do hotel Araucária Plaza,com um limite de 200 pessoas, e no dia 14 própria Fundação PANDA, para 20 pessoas.
Carlos Gadia virá a Ribeirão Preto a convite de José Virgílio Braghetto, um dos fundadores da Fundação PANDA, que esteve com o médico em julho passado, na Flórida, juntamente com a Dra. Christiana Almeida, apresentando a PANDA para profissionais de saúde do Miami Children's Hospital. O objetivo da visita foi mostrar os trabalhos de intervenção intensiva precoce, o treinamento fornecido aos profissionais e o desenvolvimento de pesquisas que vêm sendo realizados.
FONTE: Tribuna Hoje


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Família procura jovem com autismo que fugiu do colégio

Publicado21/07/2015 - 15h00

A família de um adolescente de 15 anos que sofre de autismo está à sua procura. Segundo o site CGN, o garoto e família residem em Cascavel. Ele desapareceu na manhã de terça (21). Osmar Vinicius Viana Sabará saiu do Colégio Mario Quintana, no Santa Cruz, em Cascavel, no horário do intervalo pela manhã e não foi mais visto.
A família registrou um boletim sobre o desaparecimento no início da tarde e pede que se alguém viu o rapaz entre em contato pelo telefone (45) 8415-2300. Vinicius estava vestindo jaqueta preta, calça jeans e botina marrom.
Vamos colaborar, pessoal! Dependendo do grau, autistas são totalmente dependentes, não sabem sequer pedir ajuda e precisam de supervisão constante de familiares ou de terapeutas capacitados.

sábado, 25 de julho de 2015

Mudança na forma de diagnóstico elevou casos de autismo nos EUA


Casos de deficiência intelectual foram classificadas como autistas, diz estudo.
Dados foram publicados no 'American Journal of Medical Genetics'.


Da France Presse
Imagem mostra diferença entre neurônio de pessoa sem autismo (à esquerda) e de autista (Foto: Alysson Muotri/Arquivo Pessoal)Imagem mostra diferença entre neurônio de
pessoa sem autismo (à esquerda) e de
autista (Foto: Alysson Muotri/Arquivo Pessoal)
A maneira como era feito o diagnóstico de autismo nos Estados Unidos levou a uma triplicação dos casos nos últimos anos, o que não reflete a realidade - disseram pesquisadores nesta quarta-feira (22).
O que acontece é que mais pessoas jovens com deficiência intelectual ou de desenvolvimento estão sendo classificadas como autistas, argumentou o estudo publicado no "American Journal of Medical Genetics".
Os diagnósticos prevalentes de autismo nos Estados Unidos chegavam a uma pessoa em 5.000 em 1975.
Esse número subiu para um em cada 150 em 2002 e atingiu um de 68 em 2012, de acordo com o Centro norte-americano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
"Este novo estudo nos dá a primeira evidência direta de que grande parte do aumento pode ser meramente atribuível à reclassificação dos indivíduos com distúrbios neurológicos relacionados ao invés de um aumento real da taxa de novos casos de autismo", explicaram os pesquisadores da Universidade Estatal da Pensilvânia.
Eles analisaram 11 anos de dados sobre matrículas na educação especial em uma média de 6,2 milhões de crianças por ano. Não encontraram "nenhum aumento generalizado no número de estudantes matriculados na educação especial", disse o estudo.
"Além disso, concluíram que o aumento nos estudantes diagnosticados com autismo foi compensado por uma redução semelhante nos estudantes diagnosticados com outras deficiências intelectuais, que às vezes ocorrem ao mesmo tempo que o autismo".
Mudança de critérios
Então, o que pode parecer uma epidemia de autismo é mais provável que seja uma mudança nos critérios para o diagnóstico no tempo. Além disso, o autismo é uma condição complicada com muitos graus de intensidade, e pode sobrepor-se a outras desordens relacionadas.
"A alta taxa de co-ocorrência de outras deficiências intelectuais com o autismo, que levam à reclassificação do diagnóstico, é certamente devido a fatores genéticos compartilhados em muitas desordens do desenvolvimento neurológico", afirmou o pesquisador Santhosh Girirajan, professor assistente de bioquímica e biologia molecular e antropologia da Penn State University.
"Cada paciente é diferente e deve ser tratado como tal. As medidas de diagnóstico padronizados devem levar em conta a análise genética detalhada e um acompanhamento regular em estudos futuros nos quais o autismo seja prevalente".

FONTE: G1

sábado, 18 de julho de 2015

Autismo e a inclusão escolar no Brasil.


A inclusão escolar é um tema que está em voga nos últimos anos no Brasil. Leis foram feitas na tentativa de normatizar o sistema educacional brasileiro, mas o que se percebe é que pouca coisa foi feita para receber os alunos que necessitam de um aparato da escola para ser incluído, e os autistas fazem parte desse grupo de alunos. Com isso, a inclusão acaba não acontecendo e o maior prejudicado é o aluno.
O tema da inclusão escolar é bastante polêmico, isso porque, apesar de ser quase uma unanimidade entre os profissionais da educação, de que a inclusão de alunos com necessidades especiais é melhor para o desenvolvimento destes, e de que traz um grande ganho para os outros alunos também, que aprendem desde cedo a conviver com uma diversidade muito maior de pessoas, ela não ocorre de forma adequada no país, deixando os alunos e seus familiares perdidos muitas vezes.
Assim, ainda existem pais que preferem ver seus filhos em escolas “especiais”, pois estas estariam mais preparadas para atender as necessidades dos seus filhos. Mas a tendência que ocorre no Brasil, e no mundo, é de que as crianças consigam ser incluídas nas escolas regulares.
O que ocorre de fato no Brasil é que as leis foram feitas, e muita gente nem sabe qual o direito que tem e pelo que de fato precisa brigar para que seu filho, com autismo ou outro transtorno, tenha de fato uma inclusão escolar. Dessa forma, enumero abaixo algumas leis importantes relacionadas diretamente à educação.
De acordo com o §2° do art.1º da Lei 12.764/12, a pessoa diagnosticada com Transtorno do Espectro do Autismo é considerada pessoa com deficiência, isso para ter seus direitos assegurados na forma da lei. Assim, de acordo com o Parágrafo único do art. 6 da lei citada, se for constatada a necessidade, o autista tem direito a um mediador escolar para lhe auxiliar na sala de aula.
O ECA também traz alguns direitos que a pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo tem, como o direito que os pais e responsáveis tem em participar do processo pedagógico e das propostas educacionais referentes ao seu filho, de acordo com o art. 53. E o art. 54 que fala sobre o direito ao AEE – Atendimento Educacional Especializado, após as aulas na turma regular.
De acordo com o decreto N°6.949/2009 as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo tem direito a adaptações e serviços individualizados, atendendo assim, a necessidade de cada pessoa, a fim de facilitar a educação. E, por fim, o art. 8º da Lei 7.853/89 proíbe que qualquer escola recuse, suspenda ou cancele a matrícula do aluno por motivos derivados do autismo.
Esses são apenas alguns exemplos de leis brasileiras que resguardam os direitos dos autistas de terem acesso a uma educação digna, de qualidade e realmente inclusiva. Sabe-se que ainda falta um longo caminho para que as leis sejam cumpridas de fato, como estão no papel. E faz parte do papel de qualquer cidadão, seja pai ou responsável de autista ou não, cobrar das autoridades competentes que as leis sejam cumpridas, e para que isso aconteça, é preciso conhecê-las.

sábado, 11 de julho de 2015

Congresso on-line sobre autismo recebe inscrições de participantes


Discussão é promovida por terapeuta de Ponta Grossa, no Paraná.
Serão 24 palestras entre segunda-feira (6) e domingo (12).



O 1º Congresso Nacional On-line de Integração Sensorial começa na segunda-feira (6) e termina no domingo (12). O objetivo é discutir o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) com profissionais que atuam na área. As inscrições são feitas pelo site do congresso. A participação é gratuita.
Conforme a organizadora do congresso, a terapeuta ocupacional de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, Gabrielle Grube Pereira, os interessados podem se inscrever para a programação completa ou para as palestras que desejar.
Serão 24 palestras dadas por médicos, pedagogos, psicólogos, pais de autistas, fonoaudiólogos e integrantes de movimentos ligados ao autismo.
Gabrielle vai ministrar a primeira palestra na segunda, às 10h, sobre as características do processo sensorial dos autistas. Ela recomenda o congresso para famílias de autistas e profissionais que trabalham com o tema.
Até a tarde deste domingo (5), o congresso já tinha recebido 4,3 mil inscrições. “Há pessoas de todos os estados brasileiros e de 15 países”, conta.
Segundo a terapeuta, o participante se inscreve no site e recebe um link pelo e-mail cadastrado para assistir à palestra, que é transmitida ao vivo. A explanação pode ser acessada em aparelhos celulares, tablets e computadores.
O autismo é um transtorno de comportamento. As características principais são a falta de interação social, a repetição de comportamentos e a dificuldade na fala. Os sintomas aparecem, normalmente, até os três anos de idade.
FONTE: G1

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Aderbal Sabrá, cientista da Unigranrio, descobre a associação entre alergia alimentar e cura do autismo

2/7/2015 às 09h55

Pesquisa de Aderbal Sabrá, coordenador do curso de Medicina da Unigranrio, (pós-doutorado em Gastroenterologia pediátrica em Denver/Colorado e na Wayne State University/Michigan; e pós-doutorado em Imunologia na Georgetown University/Washington.DC), revoluciona a prevenção e cura do autismo. Ele pesquisa alergia alimentar e autismo há 17 anos, tanto pela Unigranrio quanto pela Georgetown University, em associação com o renomado imunologista americano Joseph Bellantti. É a primeira vez que um cientista afirma que alergia alimentar interfere no neurônio, podendo causar convulsão, hiperatividade, transtorno de déficit de atenção na sua evolução patogênica, que pode chegar a produzir, consequentemente, autismo. Estes achados do cientista brasileiro abrem, pela primeira vez, os caminhos da etiologia e do tratamento desta doença que, até hoje, ceifa a qualidade de vida de importante parcela de nossas crianças, pois como disse Aderbal Sabrá, “De cada 70 crianças no Brasil, uma sofre de transtornos do espectro autista”.

Segundo o Acadêmico Aderbal Sabrá, na década de 70 a incidência alimentar incidia em, pelo menos, 2% dos adultos, percentual que subiu para 10% na atualidade. Nas crianças, este índice passou de 10% para 30%. “A prevenção da alergia alimentar será um grande passo no tratamento do espectro autista”, sustentou o Acadêmico Sabrá.

Notificação da Academia Nacional de Medicina reconhece a descoberta científica de Aderbal Sabrá.

Nesta última quinta-feira, Aderbal Sabrá participou de uma cerimônia na Academia Nacional de Medicina, onde recebeu notificação sobre esta descoberta, de forma oficial. Um artigo da edição de junho da Nature, a bíblia da ciência, enfatiza que o sistema linfático está presente no sistema nervoso central, constatação que Aderbal Sabrá já fazia desde 1998. Com seu artigo científico na Academia Brasileira de Medicina, o cientista teve seu trabalho reconhecido, justificando a relação entre a alergia alimentar e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou simplesmente autismo, como é conhecido. Já em 2005, ele publicou uma notificação que a maioria dos médicos e estudiosos utilizam para estudar alergia, porém, foi em 2006 que o cientista Sabrá foi chefe de um estudo multicêntrico, envolvendo a Unigranrio e as universidades da Colômbia, Venezuela e EUA. Nesta ocasião os cientistas estudaram cerca de 200 casos de autismo, com conclusões de seus achados publicados em revistas médicas de renome internacional.

O imunologista Aderbal Sabrá faz alerta importante: “Tudo leva a crer na mudança de paradigma de uma doença que, até hoje, não tem cura. Todo autista, sem exceção, é alérgico alimentar, antes de ser autista. Esse sistema imunológico de resposta alérgica fica circulando no paciente. Isso resulta em catarro no pulmão e eczema na pele, em diarreia ou constipação no trato digestivo, enquanto estes órgãos estiverem sob estímulo antigênico. O exemplo mais clássico de alergia alimentar e doença pulmonar crônica é dado pela criança com alergia e bronquiolite. O pulmão passa a ser o órgão de choque com a inflamação da bronquiolite e, fatalmente, esta criança terá asma antes dos 5 anos de vida. Quando há inflamação em qualquer dos órgãos de uma criança, por exemplo, como bronquiolite, a resposta imune vai para o pulmão, mas se a criança nasce e tem diarreia, vai para o aparelho digestivo, e, ainda, se nasce com problema de pele, consequentemente irá para ela”.

As declarações de Aderbal Sabrá dão conta de uma mudança radical no tratamento de pacientes com autismo: “Com o afastamento dos complexos de atividade imune do cérebro, os pacientes autistas passam a melhorar com relação, por exemplo, nas suas atitudes anti-sociais e, desta forma, caminham para a cura. A ciência tem um novo motivo para comemorar. A recuperação total de autistas, em síntese, depende do número de neurônios atingidos e da gravidade de suas lesões. Tudo isso depende da gravidade da resposta imune no cérebro e, ainda, de seu tempo de exposição à agressão imunológica. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais fácil de se fazer o tratamento e profilaxia do autismo. Criança alérgica não pode gerar inflamação em seus neurônios, que assim se tornam o “homing” para os complexos antigênicos circulantes. Criança alérgica não pode ter infecção do sistema nervoso central, não deve traumatizar sua cabeça, não pode inflamar seu neurônio com vacinas neurotrópicas, para se evitar inflamação dos neurônios”, explica o cientista, alergista alimentar, gastroenterologista e professor da Unigranrio.

Sabrá já tinha evidenciado alguns caminhos pela cura do altismo, desde 1999, quando publicou na revista Lancet (uma das mais importantes publicações científicas na área médica mundial) o primeiro estudo em que dizia que alergia alimentar tinha uma relação direta com autismo. “A partir da publicação na revista Lancet, em 1998, eu disse que o autismo provoca lesões idênticas às de alergia alimentar, nos intestinos. Com as pesquisas seguintes, eu me questionava por qual motivo esses complexos de atividade imune, que promovem lesões nos intestinos, nos pulmões ou na pele, e o motivo de não irem para o cérebro; até o momento em que comecei a perceber que, no alérgico alimentar, com doença inflamatória no cérebro, este órgão passava a ser o órgão de choque imunológico. Com as inúmeras investigações e pesquisas, vi que os meus pacientes alérgicos têm mais hiperatividade, mais transtorno de déficit de atenção e, ainda, que alguns entravam no perfil do transtorno altista. E, com isso, passei a tratar meus pacientes como estes transtornos, como trato os que têm alergia alimentar em outros sistemas”, confirma Aderbal Sabrá. 

Lançamento do livro ‘Manual de Alergia Alimentar’, pela Editora Rubio, teve a presença de vários cientistas e acadêmicos da Academia Brasileira de Medicina.

Aderbal Sabrá lançou a terceira edição do livro ´Manual de Alergia Alimentar´, nesta última quinta-feira, na Academia Brasileira de Medicina (ANM), pela Editora Rubio. Com a presença do presidente da ANM, Pietro Novellino, e os principais cientistas e acadêmicos do Estado do Rio de Janeiro, Sabrá foi consagrado por sua literatura e por sua vida de estudos no campo da medicina. Durante mais de 20 anos de estudos e pesquisas, no Brasil e exterior, Aderbal Sabrá tem observado aumento significativo de pacientes com doenças alérgicas, em especial na população pediátrica. No entanto, a prevalência dessas enfermidades são crescentes. 

FONTE: R7

sábado, 27 de junho de 2015

OAB cria comissão para auxiliar a garantir direitos de autistas


De acordo com o presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, a comissão foi criada em cima da necessidade apresentada pela sociedade
Manuela Rolim 
manuela.rolim@jornaldebrasilia.com.br

"O preconceito é enorme até hoje. As pessoas me olham torto na rua e pensam que eu, como pai, não coloco limite no menino", desabafa o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF)  Fernando Cotta, 47 anos, ao falar de Fernando, 17, diagnosticado com um grau elevado de autismo aos dois anos. Desde então, o policial iniciou uma verdadeira batalha contra a falta de informação. Essa luta, agora, também é da  Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo, criada neste mês pela  Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal.
De acordo com o presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, a comissão foi criada em cima da necessidade apresentada pela sociedade. "Observamos que a população autista carece de um tratamento igualitário e uma atenção diferenciada. Além disso, estamos investindo na divulgação do transtorno", explica. 
Preconceito
"A aparência   de um autista é absolutamente igual à de uma pessoa que não possui o transtorno. Acredito que isso potencializa o preconceito. Hoje, meu maior desejo é que as políticas públicas saiam do papel. Por outro lado, também não posso negar que já tivemos muitas vitórias, mas ainda falta um longo caminho", ressalta Fernando Cotta. 
Segundo ele, na época, a demora no diagnóstico do filho foi lamentável. Ao perceber uma mudança no comportamento da criança, o policial procurou inúmeros   pediatras, mas nenhum   sabia dizer a real situação. "Quando pequeno, ele chegou a dizer algumas palavras, mas   regrediu e parou de falar completamente", afirma. 
A confirmação do autismo abalou a família inteira, que se viu diante de uma realidade pouco conhecida. "Se hoje é difícil, imagina naquela época", ressalta o pai, explicando que o filho depende dos pais em tempo integral. "Fernandinho faz hidroterapia, terapia ocupacional, fonoaudiólogo, ecoterapia e psicóloga, tudo pela manhã. À tarde, tivemos de   trazer a escola para  casa, ou seja, uma psicopedagoga nos direciona para a forma certa de ensiná-lo", completa.
Escolas não estão preparadas
O policial Fernando Cotta avalia que  não há escolas prontas para receber   autistas. Para ele, até existem profissionais com boa intenção, mas isso não é o suficiente. "Por inúmeras vezes, percebemos que ele (filho) estava piorando na escola. A falta de treinamento e de informação dos funcionários    atrapalhava o tratamento", lamenta.
Todo o investimento, acrescenta Fernando, também merece destaque, pois é particular ou pago por convênio. "O Estado precisa dar chances de uma boa socialização para os autistas, além de qualidade de vida com o apoio de terapias. É isso que esperamos agora", conclui. 
Pensando na luta de famílias como a do policial Fernando Cotta que a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo da OAB-DF foi criada, garante a presidente Lívia Magalhães.  "O autismo é um transtorno comportamental com níveis diferentes e não uma doença. Portanto, se apresenta de maneira distinta em cada caso,   precisa de um olhar diferenciado", afirma.
Falta de informação é entrave
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo da OAB-DF, Lívia Magalhães, diz que, de fato, há uma série de características específicas do transtorno, mas que isso não é garantia de que todos os autistas estão na mesma condição. "Os deficientes auditivos, por exemplo, desenvolvem a mesma deficiência sempre", exemplifica a presidente, ressaltando que a dificuldade de interação está entre as principais peculiaridades do distúrbio. 
Lívia ressalta que entre os objetivos da comissão estão o esclarecimento da população em relação ao tema, a garantia dos direitos da pessoa com autismo e o estímulo do diagnóstico precoce. "Não adianta fingir que o autismo não existe. Temos que trazer o assunto à tona, além de lembrar a sociedade que há adultos autistas", acrescenta. Ela lembra a importância da Lei Berenice Piana, 12.764/2012, que instituiu a política nacional de proteção dos direitos das pessoas com o transtorno.
Cartilha
Segundo a presidente da comissão, uma cartilha com informações sobre o autismo será lançada em agosto deste ano. "A ideia é fazer com que o material circule e melhore a qualidade de vida dos autistas. Hoje, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas convivem com o autismo em seus mais variados graus no País. Mas o transtorno é desconhecido por grande parte da população".